LDO o precedente foi aberto com FHC

PSDB também redefiniu meta fiscal
A mudança na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) não é novidade. O precedente foi aberto na época de Fernando Henrique Cardoso, em 2001. O governo era do PSDB, que hoje trata o tema como se fosse o fim do mundo, com discurso golpista e baseado no terrorismo econômico.
No governo do PSDB, a Lei nº 9.995, de julho de 2000 (LDO/2001) foi aprovada já sob a vigência da Lei de Responsabilidade Fiscal e definiu a meta fiscal para o ano de 2001. Editada em maio de 2000, a Lei de Responsabilidade Fiscal atribuiu à LDO a incumbência de disciplinar novos temas específicos, em particular, o equilíbrio entre receitas e despesas e metas fiscais anuais para um período de três anos.
Em 2001, o valor previsto do resultado primário dos orçamentos fiscal e da seguridade social era de 2,60% do Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a R$ 32,3 bilhões.
Posteriormente, uma nova Lei nº 10.210, de 23 de março de 2001, alterou a meta de resultado primário para R$ 28,1 bilhões, o equivalente a 2,25% do PIB. Com isso, a meta do resultado primário para 2001 foi reduzida em cerca de R$ 4 bilhões, ou 0,31% do PIB.
Não bastasse isso, que já representa a completa desmoralização do discurso de hoje do senador Aécio Neves e seus correligionários que não aceitam ter perdido as eleições para a Presidência neste ano, o resultado primário para 2001 foi de apenas de R$ 21,9 bilhões, equivalente a 1,69% do PIB.
Ou seja, mesmo com o ajuste promovido pelo governo na época, não se conseguiu cumprir a meta estabelecida. Essa é a gestão tucana.
Se o governo do PSDB não cumpriu a meta, como pode agora acusar Dilma de improbidade por não cumprir o superávit primário previsto para 2014?
O caso não é singular porque não é a primeira fez que os tucanos são flagrados contrariando a sua prática no passado, mas não deixa de ser exótico o argumento de que Dilma cometerá improbidade se alterar ou não atingir o superávit, exatamente como fez FHC. Vamos lembrar também que, nos últimos 12 anos, a dívida líquida pública de 60% do produto interno bruto (PIB) da época de FHC/PSDB  foi reduzida para aproximadamente 35% do PIB.
O governo do PT e aliados mostrou o seu compromisso com a responsabilidade fiscal.
A opção do governo de flexibilizar a meta do superávit primário vai garantir o equilíbrio fiscal e manter os empregos gerados nos últimos anos.
Se nosso governo não tivesse olhado a conjuntura econômica e feito políticas anticíclicas, os efeitos seriam desastrosos. Nós iríamos fechar o ano com um crescimento negativo de um por cento e meio a dois por cento ao ano. É isso o que a oposição queria? Pode ser, já que isso tem acontecido em muitos lugares no mundo, em especial na Europa, onde está se aplicando aplicando esse receituário de austeridade fiscal, que tá levando o desemprego na Espanha a mais de 20% e em Portugal a mais de 20% . O receituário neoliberal, ortodoxo, é o que defendem o PSDB e DEM. .
O senador Aécio Neves, hoje tão raivoso, podia olhar para o Estado de Minas Gerais, que governou por oito anos e depois, por mais quatro, com um governador de seu partido: Acumulada principalmente nos últimos 12 anos, a dívida pública mineira está estimada em 102 bilhões de reais, colocando Minas Gerais na posição de 2º estado mais endividado do país. A dívida só cresce. Há uma coleção de déficits históricos.
Uma análise detalhada dos dados da Secretaria da Fazenda feita pelo doutor em economia e professor da Escola de Governo da Assembleia Legislativa de Minas Gerais Fabrício Augusto de Oliveira aponta que, ao contrário do que dizem as propagandas sobre o Choque de Gestão, Minas Gerais está em maus lençóis em sua situação financeira.  O economista aponta maquiagem pura nas contas de MG, feita pelo PSDB para tentar convencer o povo de que haveria um suposto choque de gestão. O resultado veio nas urnas: a derrota de Aécio com seu candidato ao governo estadual e para a presidenta Dilma. O senador Aécio precisa voltar à planície e convencer-se de uma vez por toda de que perdeu a eleição. A campanha eleitoral acabou.

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